Macumba pra mim é igual aquela historia: Yo no creo en bruxas, pero que las hay, las hay.
Respeito, mas não acredito e nem quero acreditar. E quando alguém diz que vai me levar num centro pra que eu veja com meus próprios olhos, ouça com meus próprios ouvidos e me arrepie com meus próprios pelos, a resposta è sempre a mesma:
- Não obrigado. Prefiro continuar ignorante neste tema. Quero continuar não tendo medo.
Pois chegamos ao ponto que eu queria chegar. Eu não tenho medo de macumba. Passo perto sem pedir licença, como fazem alguns. Ignoro solenemente, ou percebo mas passo na boa, já pensando em outra coisa.
Lembro da minha comadre, que na época em que ainda trabalhava na minha casa, pegava os cigarros oferecidos pras entidades e fumava na moral. Sem medo do encosto ou de que caiam os dentes. Sim, tem gente que acredita que se você “roubar” algo no despacho a sua mão pode cair…
Pois então. Como eu disse eu não tenho medo, mas… tem coisas que fazem a gente pensar.
Uma vez, sexta feira a noite, eu devia ter uns 16 anos, tava na porta da casa do meu primo com um outro comédia que inclusive já foi tema de um dos posts abaixo. Estávamos conversando e cogitando alguma coisa pra fazer. Noitada, rolézinho de leve ou, como era de praxe na época, simplesmente fazer alguma merda e voltar pra casa pra se esconder.
Nessa de conversa furada na porta de casa, avistamos na esquina, na frente da casa do meu primo, uma bela macumba. Daquelas com frango, farofa, cigarro, cachaça e vela.
Como eu disse antes. Macumba eu vejo, percebo, assimilo a informação mas não me retenho muito no assunto. Já tava pensando em outra coisa quando meu amigo comédia pegou uma pedra no chão e tacou na direção da macumba. Errou. Eu e meu primo rimos e brincamos:
- Faz isso não, cara. O santo vai vir puxar seu pé de madrugada.
O comédia nem ai. Pegou outra pedra e tacou. Errou de novo. Continuamos achando graça, mas um pouco menos:
- Brinca com isso não, cara. Deixa quieto quem ta quieto...
Pronto. Era o que precisava pro comédia se animar e pegar logo um punhado de pedras no chão. E foi tacando. Uma depois da outra. Uma caiu na farofa. Eu já não tava mais achando graça nenhuma e já tava dando esporro quando uma das pedras bateu na garrafa de cachaça, que virou em cima da vela e botou fogo na porra toda!
Tudo, tudo mesmo pegou fogo. Como uma explosão. Farofa, frango, cigarro e as pedras junto, tudo em chamas.
Cara… Que pânico!! Nunca tive tanto medo na minha vida. Nunca corri tanto e com tanta vontade na minha vida. Não só eu, os dois outros também. Corri como se minha vida estivesse em jogo. Como se a entidade que não teve tempo de aproveitar de sua oferenda estivesse atrás de mim. Sei lá, de repente tava mesmo.
O comédia tremia tanto que eu nem sei como conseguiu correr.
Depois disso continuo sem acreditar. Mas a minha vontade de continuar não acreditando aumentou pra cacete.
PS: quero tanto continuar não acreditando que pensei durante uns 10 minutos se publicava o post ou não. Espero que o mundo de lá entenda a liberdade de expressão.
Respeito, mas não acredito e nem quero acreditar. E quando alguém diz que vai me levar num centro pra que eu veja com meus próprios olhos, ouça com meus próprios ouvidos e me arrepie com meus próprios pelos, a resposta è sempre a mesma:
- Não obrigado. Prefiro continuar ignorante neste tema. Quero continuar não tendo medo.
Pois chegamos ao ponto que eu queria chegar. Eu não tenho medo de macumba. Passo perto sem pedir licença, como fazem alguns. Ignoro solenemente, ou percebo mas passo na boa, já pensando em outra coisa.
Lembro da minha comadre, que na época em que ainda trabalhava na minha casa, pegava os cigarros oferecidos pras entidades e fumava na moral. Sem medo do encosto ou de que caiam os dentes. Sim, tem gente que acredita que se você “roubar” algo no despacho a sua mão pode cair…
Pois então. Como eu disse eu não tenho medo, mas… tem coisas que fazem a gente pensar.
Uma vez, sexta feira a noite, eu devia ter uns 16 anos, tava na porta da casa do meu primo com um outro comédia que inclusive já foi tema de um dos posts abaixo. Estávamos conversando e cogitando alguma coisa pra fazer. Noitada, rolézinho de leve ou, como era de praxe na época, simplesmente fazer alguma merda e voltar pra casa pra se esconder.
Nessa de conversa furada na porta de casa, avistamos na esquina, na frente da casa do meu primo, uma bela macumba. Daquelas com frango, farofa, cigarro, cachaça e vela.
Como eu disse antes. Macumba eu vejo, percebo, assimilo a informação mas não me retenho muito no assunto. Já tava pensando em outra coisa quando meu amigo comédia pegou uma pedra no chão e tacou na direção da macumba. Errou. Eu e meu primo rimos e brincamos:
- Faz isso não, cara. O santo vai vir puxar seu pé de madrugada.
O comédia nem ai. Pegou outra pedra e tacou. Errou de novo. Continuamos achando graça, mas um pouco menos:
- Brinca com isso não, cara. Deixa quieto quem ta quieto...
Pronto. Era o que precisava pro comédia se animar e pegar logo um punhado de pedras no chão. E foi tacando. Uma depois da outra. Uma caiu na farofa. Eu já não tava mais achando graça nenhuma e já tava dando esporro quando uma das pedras bateu na garrafa de cachaça, que virou em cima da vela e botou fogo na porra toda!
Tudo, tudo mesmo pegou fogo. Como uma explosão. Farofa, frango, cigarro e as pedras junto, tudo em chamas.
Cara… Que pânico!! Nunca tive tanto medo na minha vida. Nunca corri tanto e com tanta vontade na minha vida. Não só eu, os dois outros também. Corri como se minha vida estivesse em jogo. Como se a entidade que não teve tempo de aproveitar de sua oferenda estivesse atrás de mim. Sei lá, de repente tava mesmo.
O comédia tremia tanto que eu nem sei como conseguiu correr.
Depois disso continuo sem acreditar. Mas a minha vontade de continuar não acreditando aumentou pra cacete.
PS: quero tanto continuar não acreditando que pensei durante uns 10 minutos se publicava o post ou não. Espero que o mundo de lá entenda a liberdade de expressão.